Um é um conjunto de objetos simbólicos que representam uma divindade (orixá, vodum, inquice), sendo que cada uma tem os seus símbolos específicos e apropriados. Acredita-se que o assentamento concentra o axé ou força espiritual daquela divindade. Por isso, é usado para cultuá-la e fazer os seus pedidos, trazendo progresso para a vida do que o possui.
Um assentamento deve ser feito sempre por um sacerdote que tenha o conhecimento necessário para isso e que saiba como consagrá-lo devidamente. Caso contrário, será apenas um “conjunto de bugigangas”, sem valor espiritual.
Assentamentos para entidades espirituais
No Brasil, além de se fazer assentamentos para orixás e demais divindades africanas, religiões como candomblé de caboclo, umbanda, quimbanda e jurema/ catimbó passaram a fazê-los para entidades espirituais, como exus, pombagiras, caboclos, mestres, boiadeiros etc. O objetivo é o mesmo.
Outras finalidades
O babalorixá de candomblé e sacerdote de quimbanda Diego de Oxóssi diz que, além dos assentamentos para representar orixás e entidades, há também assentamentos para:
- Proteção pessoal ou de um espaço físico (terreiro, casa etc.)
- Defesa espiritual
- Prosperidade
- Canalização e abertura da intuição e leitura de oráculos
Um pouco mais sobre assentamentos de orixá
Geralmente, iniciados nas religiões de matriz africanas recebem assentamentos de divindades e/ou entidades espirituais. Mas mesmo pessoas não iniciadas podem, em determinadas circunstâncias, recebê-los, para poderem cultuar estas forças.
Tata Tancredo, principal divulgador da umbanda omolocô, chamava os assentamentos de otás. Otás, na verdade, são pedras. No candomblé e na umbanda, todo assentamento tem um otá, que é aonde a energia da divindade ou entidade se concentra. Segundo ele:
“Os otás recebem os amacis de acordo com o respectivo orixá (obi, orobô), menga (sangue) e massa (água). Há sempre uma pessoa encarregada de tratar do otá. Só depois de preparado é que o objeto passa ser otá, coisa sagrada. (…)”.
Etimologia
Do iorubá, àjọbọ.
Referências
Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana – Nei Lopes – Selo Negro – Açabá
Desvendando Exu – O Guardião dos Caminhos – Diego de Oxóssi – Edição do Autor (1a edição)
Dicionário da Umbanda – Altair Pinto – Editora Eco
Dicionário dos rituais afro-brasileiros – LP Baçan
Guia e ritual para organização de terreiros de umbanda – Byron Torres de Freitas e Tancredo da Silva Pinto
Arsenal de Umbanda – Evandro Mendonça – Anubis
Tudo o que você precisa saber sobre umbanda – Volume 2 – Janaína Azevedo – Universo dos Livros
Elebo – Magias e oferendas afro-brasileiras – Fernandez Portugal Filho – Editora Isis – 2013