Martim Pescador é uma entidade muito conhecida nas religiões afro-brasileiras, geralmente se manifesta como um marinheiro. Está presente na umbanda, tambor de mina, candomblé de caboclo, catimbó/ jurema etc.
Segundo Édison Carneiro, em Negros Bantos, citado por Câmara Cascudo em Enciclopédia do Folclore Brasileiro:
“O mais estranho dos orixás das águas* é o pássaro martim-pescador, também conhecido entre os negros, por marujo, pássaro cuja missão consiste em ser leva-e-traz para as súplicas dos mortais às divindades do mar. Este moço de recados sui generis desfruta por isso mesmo uma posição invejável no coração dos bantos, que o deificaram e continuamente lhe rendem homenagem. Quando isso acontece, o martim-pescador, também chamado martim-bangolá ou martim-ki-mbanda, agradece da seguinte maneira, que não deixa na sua simplicidade de ser comovedora: ‘Meu caranguejinho/ do fundo do má,/ Deus lhe dê vida e saúde,/ Casa para morá,/ dinheiro para gastá. / Venha cá, venha cá…’ Sem dúvida, o caso do martim-pescador é único na história do fetichismo negro no Brasil”.
* Na verdade, Martim Pescador não se trata de um orixá, mas de um guia espiritual, entidade ou encantado.
Referência
Dicionário de Folclore Brasileiro – Luís da Câmara Cascudo – Ediouro