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aluá de abacaxi
Aluá de abacaxi

Aluá é uma bebida refrescante muito usada em religiões afro-brasileiras, como o candomblé de caboclo e alguns terreiros de umbanda. Também chamada de aruá, ualuá e aloá. Ou gengibirra.

O finado sacerdote umbandista Altair Pinto acrescenta que a bebida tem lugar nos rituais umbandistas. Tata Tancredo Pinto, principal divulgador da umbanda omolocô, afirmava se tratar da “verdadeira bebida do culto”.

Obtém-se o aluá a partir da fermentação do milho, do arroz ou abacaxi.

Segundo Câmara Cascudo, é feita “à base de farinha de arroz, milho torrado ou cascas de abacaxi. Em seu preparo, o milho de pipoca é torrado, moído e posto para fermentar com água e açúcar mascavo, por cerca de sete dias. Depois de fermentado, coa-se e adicionam-se gengibre moído e açúcar a gosto”.

Há diferentes receitas de aluá. Podem entrar na sua composição o caldo de cana, sumo de limão, rapadura, manteiga, jagra, aguardente, café, fubá, mel e outros ingredientes. Tata Tancredo acrescenta que “é queimado para dar côr, havendo o aluá branco e o escuro”.

Segundo Omolubá, serve-se o aluá em festas de caboclo. O Glossário de Bantuísmos Brasileiros Presumidos também diz ser essa a “bebida refrescante preferida de caboclo”.

Etimologia

Segundo Câmara Cascudo, do quimbundo, uálua, “cerveja”.

Segundo a Enciclopédia Delta-Larousse, citada por Câmara Cascudo, do hauçá eléwa e allewa. Ainda segundo a enciclopédia, Cascudo acreditava que a origem do vocábulo vem do hauçá ruwa, “água”. Novamente, a mesma enciclopédia menciona que no Reino do Congo, no século 18, havia uma cerveja de milho conhecida pelos nomes vuallo e ovallo.

Para o Glossário de Bantuísmos Brasileiros Presumidos, o termo é de origem banto.

Segundo LP Baçan, do árabe heluon, “doce”.

As diversas informações sobre a sua etimologia levam a crer que o vocábulo deve se originar do árabe, mas que gerou vocábulos próprios nos idiomas quimbundo e hauçá. Vale lembrar que estes são idiomas bantos e que os bantos sofreram influência cultural árabe ao longo da sua história.

Referências

Dicionário de Folclore Brasileiro – Luís da Câmara Cascudo – Ediouro

Dicionário dos rituais afro-brasileiros – LP Baçan

Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana – Nei Lopes – Selo Negro – Açabá

Livro Essencial de Umbanda – Ademir Barbosa Junior

As Mirongas de Umbanda – Dyron Torres de Freitas e Tancredo da Silva Pinto

Dicionário da Umbanda – Altair Pinto – Editora Eco

Cadernos de Umbanda – Omolubá – Pallas – 2a Edição

Tudo o que você precisa saber sobre umbanda – Volume 2 – Janaína Azevedo – Universo dos Livros

Cozinha de Santo – João Sebastião das Chagas Varella – Editora Espiritualista

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