No candomblé, na umbanda e em outras religiões afro-brasileiras adotam-se os atabaques para acompanhar os ritos religiosos. Esses instrumentos são tocados em diversos ritmos, ou toques, cada um com um propósito e um significado. Aqui vamos explicar alguns desses toques de atabaque.
Adarrum
Toque acelerado, forte, contínuo e uníssono de atabaques e agogôs. Usado para chamar orixás e entidades, para que estes incorporem em seus médiuns. Usado quando o orixá demora ou resiste a se manifestar no iaô.
Diz-se que “não há santo que resista ao toque adarrum”. O toque é capaz de forçar a incorporação em pessoas que não são do culto.
Etimologia
Do iorubá, adarun.
Agabi
Ritmo tocado em atabaques para o orixá Ogum, que o dança de forma vacilante e trôpega.
Aguerê
No candomblé, ritmo tocado nos atabaques para a dança de Oxóssi, segundo Nei Lopes. Segundo Janaína Azevedo, é tocado também para Iansã.
Etimologia
Do iorubá, àgèrè, tambor de caçador.
Alujá
Toque rápido de atabaque para Xangô, em que os Orixás dançam somente com um pé.
Arrebate
Abertura rítmica das cerimônias públicas dos candomblés. Equivale a uma convocação.
Avania
Toque rápido dos atabaques. Marcha para a entrada dos iaôs ou para saída dos orixás do barracão de candomblé. Também avamunha ou avaninha.
Barravento
Barravento é um toque de atabaques provocador de transe e relacionado a Iansã.
Bravum
Toque de atabaque para Oxumarê.
Etimologia
Segundo Nei Lopes, provavelmente vem do fongbé gba, “barrica”, “tonel”, mais houn, “tambor”.
Referências
Dicionário de Folclore Brasileiro – Luís da Câmara Cascudo – Ediouro
Dicionário Michaelis
Dicionário da Umbanda – Altair Pinto – Editora Eco
Dicionário dos rituais afro-brasileiros – LP Baçan
Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana – Nei Lopes – Selo Negro – Açabá
Tudo o que você precisa saber sobre umbanda – Volume 2 – Janaína Azevedo – Universo dos Livros