Muitos terreiros de umbanda possuem cargos que são dados aos filhos de santo, de acordo com o seu desenvolvimento, tempo de religião e funções que irão exercer. Listamos abaixo alguns desses cargos.
Abaô
Em alguns terreiros, significa o homem que está em desenvolvimento mediúnico.
Babá
Termo tomado emprestado do candomblé, no qual se refere ao babalorixá ou pai de santo.
Em alguns terreiros de umbanda, Babá é como se chama a mãe de santo.
Etimologia
Do iorubá, bàbá, “pai”.
Bacuro de pemba
É a pessoa que frequenta assiduamente um terreiro de umbanda e colabora na parte administrativa, sendo protegido das entidades do templo (esta é a definição que lhe dá o sacerdote e autor umbandista Omolubá).
Também pode se referir a qualquer filho de santo. Também se fala, neste caso, filho de pemba.
Termo que caiu em desuso.
Cabeça maior
O mesmo que pai ou mãe de santo de umbanda.
Cacique
É o mesmo que pai de santo, dirigente espiritual, chefe de terreiro ou sacerdote.
Cambone
Cambone, ou cambono, na umbanda é o filho de santo que permanece durante a gira sem incorporar, para auxiliar as entidades que estiverem incorporadas e fazendo atendimento.
É um cargo muito importante. É ele que entrega às entidades os materiais de que precisam para trabalhar (velas, pembas, bebidas etc). Também ajuda na comunicação da consulta: caso o assistente (pessoa passando pela consulta) não entenda o que o guia está falando, ele serve de “intérprete”.
Geralmente, é um médium em desenvolvimento, que ainda não tem permissão de prestar atendimentos. O período em que passa cambonando é muito importante, pois nele aprenderá muito sobre como os guias espirituais trabalham e sobre o funcionamento do terreiro. Em alguns casos, o cambone não é médium de incorporação e assume como missão ajudar o bom andamento das sessões.
Em algumas vertentes de umbanda, há mais de um tipo de cambone, representando o seu grau hierárquico e nível de conhecimento. Por exemplo, na umbanda omolocô, quando o cambone faz suas obrigações de assentamento de orixá, é elevando à categoria de “cambone do abacê” e passará aprender os fundamentos da religião e a desenvolver a sua mediunidade.
Após um período de desenvolvimento, é promovido a “cambone de ebó”, quando aprenderá a despachar Exu. Então, pode ser elevado a “cambone colofé”, em que será responsável pelas grandes oferendas e sacrifícios de animais aos orixás. Este cambone também ajuda médiuns que estejam recolhidos na camarinha, em suas obrigações de assentamento de orixá. Por fim, o cambone colofé pode ser elevado a “ogã de terreiro” e “ogã de atabaque”.
Alguns terreiros têm também o “cambone de assistência”, encarregado de receber os frequentadores do terreiro, orientá-los e chamá-los para os atendimentos com as entidades. Em alguns terreiros, é ele que defuma os médiuns, o terreiro e a assistência.
Etimologia
Pode ser derivação de “kambundu” que, no dialeto kimbundo, significa “negrinho”.
Gamba
Como é chamado o adepto da umbanda omolokô.
Zelador de santo
O mesmo que pai de santo ou babalorixá. Aquele que zela pelo santo ou orixá do terreiro e de seus filhos. Termo mais usado no candomblé, mas também presente na umbanda.
Referência
Arsenal de Umbanda – Evandro Mendonça – Anubis
Cadernos de Umbanda – Omolubá – Pallas – 2a Edição
Dicionário da Umbanda – Altair Pinto – Editora Eco
Dicionário de Folclore Brasileiro – Luís da Câmara Cascudo – Ediouro
Glossário de Bantuísmos Brasileiros Presumidos – Geralda de Lima V. Angenot, Jean-Pierre Angenot e Jacky Maniacky – 2013
Guia e ritual para organização de terreiros de umbanda – Byron Torres de Freitas e Tancredo da Silva Pinto
O Que É Umbanda – II – Padrinho Juruá – Edição do Autor
Tudo o que você precisa saber sobre umbanda – Volume 2 – Janaína Azevedo – Universo dos Livros