Também é chamada de fundanga, tuia ou ainda “espanta diabo”.
Segundo Adalberto Antônio Pernambuco Nogueira, ex-presidente da União de Umbanda (Porto Alegre/RS):
“A pólvora é um elemento de Magia ambivalente prestando-se, destarte, à serviços para o Bem e o Mal. É, pois, por sua potência, um dos recursos mais utilizados pelos feiticeiros para o enfeitiçamento de pessoas ou
coisas tendo, ainda, o inusitado dom de transmitir ou conferir, a quem quer que seja, todo o poder que sua utilização seja feita com a estrita obediência dos preceitos de Magia e independentemente do fim a que se
destina.
Tais fatores, conjugados, nos levam à conclusão de que todos os trabalhos com pólvora exigem uma concentração e precaução extraordinárias. Daí o porquê só devam ser feitas por entidades, na sua quase totalidade Exus, ou quando considerarem oportuno, delegarem poderes a um médium especializado para sua execução.
(…)
Apesar de ser a pólvora a força máxima pra limpeza, seu uso deve ser restrito a casos da mais absoluta necessidade e, além dos cuidados já arrolados no presente trabalho, sob a responsabilidade do Guia-Chefe ou
de seu preposto, com o auxílio, é evidente, das falanges trabalhadoras ou evocadas. Outrossim, jamais poderemos iniciar sua combustão senão com fósforos pelo mão-de-fogo, ou charutos, no caso de entidades incorporadas. Em hipótese alguma utilizaremos a chama de velas para tal fim e, muito menos, isqueiros.”
Etimologia
Para Adalberto Antônio Pernambuco Nogueira fundanga vem do quimbundo e significa justamente “pólvora”. O autor também afirma que tuia vem do iorubá tuyo com o significado de “expelir, deslocar para fora”.
Referência
Livro Essencial de Umbanda – Ademir Barbosa Junior
As Mirongas de Umbanda – Dyron Torres de Freitas e Tancredo da Silva Pinto
A pólvora – Adalberto Antônio Pernambuco Nogueira – Jornal JOCAB (meados de 1994)
Cadernos de Umbanda – Omolubá – Pallas – 2a Edição
O Espiritismo, a Magia e as Sete Linhas de Umbanda – Leal de Souza – 1933