Axé é um termo de origem iorubá, com múltiplos significados. Fundamentalmente, é a força vital que está em todos os seres e todas as coisas. Seus demais significados derivam desta ideia.
É a força espiritual que permite a realização da vida. Que possibilita os acontecimentos, as transformações e a capacidade de realizar algo ou de agir sobre uma coisa ou pessoa. É um poder espiritual, ao contrário de agbara, que é poder físico, capaz de sujeitar um indivíduo a outro, por meios lícitos ou ilícitos. É o poder de realização individual ou coletiva por meio de práticas ritualísticas e da intervenção dos orixás.
É também a energia sagrada dos orixás e das entidades espirituais. Ou tudo aquilo que contém ou manifesta esta energia, como assentamentos e outros símbolos, o sangue e determinadas partes de animais sacrificados como oferendas, as oferendas de comida seca etc.
Refere-se também a um local sagrado do terreiro, que costuma estar localizado no centro do barracão. Um buraco no chão em que, entre outras coisas, são colocados símbolos do orixá regente do terreiro e no qual são realizadas oferendas e sacrifícios. É o “fundamento” do terreiro, que lhe dá força e sustentação.
O termo axé também é usado como saudação, agradecimento ou para desejar boas coisas a alguém. Equivale por vezes a expressões como “que assim seja”, “tomara” etc. Por exemplo, quando um filho de santo diz a seu pai que arrumou um novo emprego, ele pode responder: “Axé!”, significando que está feliz com as boas novas. Ao encontrar irmãos de fé, pode dizer “axé, irmãos!”. Ao se despedir, pode dizer: “um grande axé a todos!”.
Quando se diz que alguém ou um templo “tem muito axé”, quer se dizer que a pessoa ou o terreiro têm grande força espiritual, capaz de ajudar quem necessita. O mesmo quando se fala que uma determinada festa de orixá ou trabalho espiritual foram feitos “com muito axé”.
Também se usa o termo para designar a totalidade da casa de santo e de sua linhagem. Por exemplo, filhos e pais de santo que sejam descendentes do Terreiro da Casa Branca podem dizer que são do “Axé da Casa Branca”, no que fica clara a sua linhagem dentro do candomblé.
Etimologia
Do iorubá, àṣẹ.
Referências
Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana – Nei Lopes – Selo Negro – Açabá
Dicionário dos rituais afro-brasileiros – LP Baçan
Livro Essencial de Umbanda – Ademir Barbosa Junior
Dicionário Michaelis
Elebo – Magias e oferendas afro-brasileiras – Fernandez Portugal Filho – Editora Isis – 2013