Hospital é acusado de intolerância religiosa no RJ

Hospital é acusado de intolerância religiosa no RJ após morte de Jerônimo Rufino dos Santos Júnior. Caminhos do Axé.

Mãe-de-santo afirma ter sido impedida de realizar ritual de cura em seu filho-de-santo

No Rio de Janeiro, capital, o Hospital estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes foi acusado de intolerância religiosa pela mãe-de-santo Iyá Paula de Odé, informa matéria de O Globo. Segundo ela, a direção do hospital não permitiu a sua entrada na UTI para realizar um ritual de cura em seu filho-de-santo Jerônimo Rufino dos Santos Junior, de 39 anos. O paciente estava internado desde 31 de outubro, devido a uma Acidente Vascular Cerebral (AVC), e veio a óbito no último fim de semana, no dia seguinte ao ocorrido.

Segundo Iyá Paula, o ritual consistia em passar um pano branco na cabeça do paciente. O que poderia ser realizado tranquilamente no ambiente hospitalar, em que é comum padres rezarem pelos fieis de suas paróquias.

O diretor do hospital, Paulo Reis, se defende e afirma que a mãe-de-santo pretendia entrar na UTI após as 22h, o que é proibido pelas regras da unidade de saúde. Paula, por sua vez, afirma ter chegado cedo, de manhã, e ter sido impedida de entrar assim mesmo.

“É urgente que espaços públicos se responsabilizem pelos intolerantes, é urgente o diálogo entre instituições e o povo de terreiro. Não é sobre o trabalho realizado ou não, é sobre não poder ministrar conforto a ele (Jerônimo) e à família. É sobre uma direção decidir quem tem direito a esse conforto espiritual e quem não tem”, disse Iyá Paula de Odé nesta segunda-feira, dia 7.

A sacerdotisa registrou um B.O contra o hospital na 30ª Delegacia de Polícia (Marechal Hermes).

Quem era Jerônimo Rufino dos Santos Junior?

O candomblecista de 39 anos era também músico, trompetista, torcedor do Flamengo, ogã e filho de Ogum. Acometido por um AVC isquêmico, deixa sua esposa Juliana Machado, com quem era casado há 20 anos, e seu filho João Pedro Rufino, de 17 anos.

Seu velório foi acompanhado por um charanga que tocava músicas de seu time e um trompete colocado em cima do caixão. Também foram entoados cântigos e realizados ritos fúnebres do candomblé.

Foto: Jerônimo Rufino dos Santos Junior (divulgação).

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